Estava
fuçando meu perfil do Facebook e vi um link antigo pro meu Blog, um “Quem sou eu” que, na época, era a pergunta do Orkut. Me deu saudade daquele jovem
idealista e sonhador. Um escritor que compartilhava suas ideias constantemente.
Foi uma época - a dos blogs – muito gostosa para mim, que tenho carinho pela
escrita.
Essa
nostalgia me fez querer dar sequência àquela postagem. Vou atualizar o blog
depois de 12 anos, porque quem eu era naquele tempo já não sou mais. Claro, o
início da história, em que trato de minha família, a benção que recebi do meu
emprego e testemunhei lá, tudo isso permanece, e quem quiser me conhecer pode
até visitar o blog. Mas, vou dar sequência à história doze anos depois. E, vou
falar o que não quis na época, que foi o lado sentimental, porque lá o omiti, e
tinha vergonha, porque estava vivenciando uma depressão e já havia tentado me
suicidar. Como isso é luta vencida, agora não me afeta mais e vou compartilhar
uma parte com vocês pra honra e glória do Senhor, que me curou.
Minha
depressão começou no segundo semestre de 2008, mas na época eu nem sabia que
tinha, até achava isso de depressão uma frescura, para ser sincero com vocês.
Eu
sonhava em ser político, senador, ajudar a mudar o país pra melhor, foi a primeira
e última vez que me candidatei. Meu sonho foi despedaçado ao dar de cara com a
corrupção do povo que não pensava no bem coletivo como eu pensava e ainda
penso, cada um só queria adiantar o seu lado e ganhar alguma coisa em troca do
voto. Pra mim, um jovem idealista foi difícil lidar com isso e meio que lá por
setembro, último mês da disputa, já não conseguia sair de casa pra fazer
campanha, sem saber que isso já era por causa da depressão.
Mais
pra frente até voltei a participar de protestos e a falar de política, porque
acho necessário que a sociedade busque seus direitos e lute contra a corrupção
- porque se não fizermos nossa parte os que estão no poder vão se aproveitar
cada vez mais -. Mas, posso falar mais disso depois. Agora vamos voltar ao período
que me levou até o fundo do poço.
Acabou
que não fui eleito, meu noivado não estava numa boa fase, reprovei no último
semestre da faculdade - sendo que, em toda a minha vida, nunca tinha ficado
sequer de recuperação – e, quando retornei ao trabalho, não estava em condições
de trabalhar, mas a cobrança do meu chefe veio forte.
Com
isso em dezembro decidi que iria tirar a minha vida... Eu era o primeiro neto
na família, primeiro filho e, até então, todos me viam como o exemplo, o menino
de ouro e eu não conseguia aceitar o preço do fracasso.
Juntei
os remédios pra tomar e estava escrevendo cartas de despedida pra minha família
e alguns amigos próximos. Esse dia foi o primeiro agir de Deus sobre a minha
doença. O Espírito Santo fez minha então noiva me ligar, e também minha mãe. Minha
noiva eu consegui enganar que estava bem mas, minha mãe, graças a Deus, não
consegui. O Espírito Santo a havia avisado que eu não estava bem, então ela
insistiu e pressionou até eu confessar o que planejava fazer; até desliguei na
cara dela, ainda determinado, mas ela contou pro meu pai que me ligou chorando
e implorando pra não fazer aquilo e eu me comovi e aceitei esperar eles
chegarem. Nesse tempo morava em Caraguatatuba e eles foram feito loucos pra lá.
Me confortaram e ligaram no meu serviço falando que eu não iria ao trabalho e
que, se quisessem, que me demitissem. Meu chefe era um ignorante, mas o setor
de saúde da empresa é forte, então não tinha o que ele fazer.
Acho
que fiquei uns três meses afastado, ainda não tinha experiência com o INSS, e
claro que não concederam muito tempo. Depois fiquei mais experiente e cheguei a
ficar uns oito anos afastado com o apoio de uma advogada especializada em
Direito Trabalhista e Previdenciário, Dra. Aline Marçal, a qual recomendo para
casos similares ao meu.
Nesses
oito anos me afundei ainda mais. No começo, até festejei um pouco e apelei pra
maconha e algumas outras drogas pra emular alegria, mas claro que não adiantou.
Pior que ainda misturava bebida com os antidepressivos então tem coisas desse
período das quais nem me lembro. Na época, não sabia que não podia misturar. Se
meu psiquiatra falou, não dei atenção. Mas, como não sabia, achava que tinha
baixa tolerância à bebida, pois sempre ficava mais doido que meus amigos e, pra
piorar, só bebia destilados. As coisas que aprontei nesse período foram bem
loucas, algumas perigosas, algumas com intuito de me auto destruir, mas não vou
narrá-las no momento.
Nesse
intervalo de oito anos surgiu também uma fobia social pois, após terminar com
minha então noiva, a igreja em que eu congregava desde criança virou as costas
pra mim e tomou o partido dela, E, eu nem sabia o que tinha feito, mas fui
excluído das redes sociais até de familiares de lá sem saber o porquê. Isso foi
uma coisa que me magoou muito, pois a igreja era uma família pra mim. Eu só
consegui perdoar isso no ano passado. E, só descobri o que eu tinha feito anos
depois, porque o Espírito Santo viu minha aflição e me contou, e eu realmente
estava errado - fui um cretino, não vou passar pano pra mim e peço perdão
publicamente à ela e a família dela que eu tanto amava -, mas eu não sabia
devido à mistura de antidepressivo e álcool, que deixou um buraco na minha
memória. Na igreja ensinavam que, em casos de desavenças, sempre deveriam ser
ouvidos os dois lados. Mas, quando foi comigo, isso infelizmente não aconteceu.
Durante
o tempo de bagunça, bebidas e drogas, tentei me matar mais duas vezes. Em ambas,
estava bêbado. Tentei saltar do mirante da Praia Grande e do Morro da Prainha. Nas
duas tentativas, fui salvo por amigos, que me seguraram. Mas, na da Praia Grande,
me lembro que já havia pulado e estava vendo as pedras lá em baixo, quando me
puxaram de volta. Na época não sabia, mas hoje compreendo que era o Espírito
Santo de Deus me guardando, e usando esses amigos/irmãos como benção pra mim.
Frequentei
um pouco a Igreja Bola de Neve quando percebi que essa vida de bagunça não era
pra mim. E, fiz as pazes com Deus pelo que a outra igreja tinha feito comigo.
Na Bola, o Pastor Rodolfo foi uma benção. Ajudou muito na minha transição de
deixar a maconha. Mas, me marcou mesmo uma pregação do apóstolo Rina, porque
depois dela eu nunca mais pensei em suicídio, queria morrer ainda, mas não mais
me matar.
Hoje,
olhando para trás, vejo que foi um longo caminho, mas ali foi o começo da minha
restauração por parte do Senhor.
Com
o advento da fobia social eu já não conseguia sair de casa pra nada, as vezes
até simples reuniões de família me davam ataques de pânico. Minha mãe recorda
com clareza uma vez em que estávamos na casa do meu Tio Rodrigues e começou a
chegar gente, e cheguei a pular a janela pra fugir pois comecei a ficar nervoso.
Como
meu pai estava morando em Brasília, e já não havia nada pra mim em Ubatuba, acabei
indo pra lá morar com ele, assim a família ficou lá unida por 7 anos.
De
início não gostei muito da cidade, era muito quente e seca, meu nariz até
sangrava, dormia no chão por conta do calor, mas hoje tenho saudades de algumas
coisas de lá, como a infraestrutura e a segurança. Também sinto muita falta de
um casal de pastores que conheci lá – Pastor Luiz Paulo e Pastora Maria
Aparecida -, que me adotou como filho.
Em
Brasília, Deus já tinha começado a trabalhar na minha vida pra me levantar. Ele
enviou esse casal de pastores maravilhosos, e eles me deram todo apoio pra
voltar a sair de casa e ir aos cultos. Minha mãe me perturbava por eu não
querer me arrumar, sendo que o povo lá era bem elegante. Mas, eles falaram pra
ela deixar eu ir de bermuda, chinelo e boné, deixavam eu ir aos cultos até com
minha cachorrinha de suporte emocional. Foram bençãos para mim e não podem
ficar de fora do meu testemunho.
Em
2020 comecei a me sentir um peso pra sociedade - e a eleição presidencial, da
qual nem todo mundo gostou, me deu esperança -. Decidi, então, que queria
voltar a trabalhar. Mas, em razão da fobia social, pedi a Deus que me permitisse
fazê-lo em home office. Até brinquei que queria o home office,
mas que não precisava enviar uma pandemia pra me deixar em casa... contudo, foi
o que ocorreu.
Devido
ao COVID fiquei dois anos em casa, e isso abriu a mentalidade de praticamente
todas as companhias para as vantagens do home office. Depois disso minha
empresa adotou o regime híbrido, com dois dias presenciais e três em casa - agora
já piorou, são dois em casa e três na empresa -.
Como
eu iria precisar trabalhar híbrido, no final de 2021 toda a família voltou pra Ubatuba.
Meu pai já estava trabalhando em home office e viemos - fico triste pelo
meu irmão, que acabou largando uma ótima faculdade de direito e veio pro
Módulo, o que o fez desistir da faculdade -.
Trabalhei
por um tempo nesse regime híbrido, mas não consegui lidar com ele devido à
ansiedade e fobia social, então tentei o INSS de novo. No entanto, meu chefe nessa
época era um cara - que amo até hoje - compreensivo e humano, o qual também
creio ter sido Deus que colocou no meu caminho. Ele conseguiu, junto ao setor
de saúde da empresa, me deixar em regime integralmente de home office, o
que pela graças de Deus ainda estou.
No
nosso retorno já sabíamos que nosso destino seria a Igreja Ágape, pelo amor que
o Apóstolo Alexandre Nunes - aquele que citei no “Quem sou eu” original - tinha
demonstrado enquanto estávamos em Brasília. Teve uma vez - que creio tenha
marcado positivamente a todos lá em casa, pois eu estava em uma crise
depressiva - ele chegou a me ligar do Chile. Pra mim foi uma grande
demonstração de amor e já era Deus me guiando.
Fiquei
frequentando a Ágape por três anos, em teoria, porque eu acompanhava mais pela
internet e, quando ia presencialmente, ou era domingo de manhã ou segunda-feira,
porque era baixo o número de pessoas presentes; a fobia social ainda me
assombrava, causava-me ataques de pânico quando havia muita gente por perto.
Continuei
indo nesses termos até que, em maio de 2024, iria ter o Imersão - um retiro - e
eu já tinha visto avisos na igreja. Mas, sinceramente, não estava nem aí...
imagina se eu iria passar um final de semana dormindo com desconhecidos. Não
mesmo!
Ocorre
que, numa quinta-feira, 16/05/2024, o Alexandre – do qual já falei o quanto me
faz sentir-me amado - me mandou mensagem dizendo que no dia seguinte teria o
Imersão, e que ele achava que eu deveria ir. Claro que neguei inicialmente. Falei
que precisava me preparar psicologicamente, quem sabe no outro... mas, não era
essa a vontade de Deus e o Alexandre insistiu, falou que achava que Deus tinha
preparado esse pra mim porque tinha apenas 20 pessoas, que eu poderia ir e
voltar sem ter que dormir no local, e ainda me levava e trazia de volta para
casa. Falei que tinha medo da comunhão. Ele falou que, se fosse o caso, eu poderia
ficar no carro nessas horas. Não tive como negar. Hoje sei que era Deus usando-o.
Fui
na expectativa de ter uma experiência com Deus, porque minha vida toda ouvi
sobre experiências sobrenaturais no Shekinah - local do retiro, que significa Glória
de Deus -, não tinha a ver com cura, porque eu tinha aceitado o que o
psiquiatra me dizia, que eu não tinha cura. Minha depressão era um CID
diferente até da depressão normal, era um quadro recorrente.
Na
primeira noite de imersão lembro que, na hora do jantar, fugi pra área da
cozinha com pânico da comunhão. Fui no segundo dia, não senti nada demais e até
pensei em não ir no último dia, mas não queria decepcionar o Alexandre e fui. Graças
a Deus, porque no terceiro dia, domingo, 19/05/2024, teve uma ministração de
quebra de maldição, seguida de outra sobre liberação de perdão. E, ao liberar o
perdão a todos que haviam me machucado, as correntes que me prendiam à magoas
foram quebradas. E, me senti tão leve que soube, naquele exato momento, que já
estava curado, não só da depressão mas da fobia social. Pra completar, no mesmo
dia fui cheio do Espírito Santo e batizado em línguas, um dom que, apesar de
ter crescido na igreja, só me chegou naquele momento. Acho que Deus nos dá Suas
armas na hora certa, né?...
Estava
tão cheio do Espírito Santo que, à noite, quando subimos ao púlpito pra falar
do Imersão, o apóstolo já havia escolhido três pessoas pra falarem, mas o
Espírito Santo mandou eu dar esse testemunho. Então eu, uma pessoa que até
aquele dia tinha fobia social, falei em um culto de domingo à noite, lotado,
que havia sido curado. Reassisti o vídeo e até gaguejo no começo da minha fala,
de tão nervoso, mas quando o Espírito Santo manda, a gente faz.
Ainda tomei os antidepressivos até setembro, quando comecei o desmame, e desde novembro do ano passado, com o consentimento do psiquiatra, deixei de tomá-los.
Não
é que não existam mais lutas. Dezembro, por exemplo, foi um mês incrivelmente
difícil pra mim. Sempre foi, mas dessa vez eu confiei em Deus e passei pela
tribulação, crendo que estou curado e dedicando minha vida a Ele. Agora estou
aprendendo a lidar com alguns gatilhos e limites de stress. Tive algumas
situações no trabalho, mas Deus continua me abençoando com chefes compreensivos
e humanos e que ajudam a lidar com elas.
Resumindo:
desde a parte do fundo do poço até minha saída dele, pelas mãos de Deus, foram dezesseis
anos da doença; passei por dois psiquiatras, quatro psicólogos, tentei suicídio
por três vezes. E, quem me curou foi o Médico dos Médicos, pela Sua Graça e Misericórdia.
Eu
não tinha fé na minha cura, nunca nem pedi por ela. Quem sempre acreditou e a pediu
a Deus foi minha mãe, durante esses dezesseis anos. E, no fim, esse era o plano
do Pai pra minha vida.
Hoje
sou grato por essa doença que me afligiu por dezesseis longos anos, porque sei
que ela me aproximou do Pai de tal maneira que jamais virarei às costas pra
Ele. Como cresci na igreja, quando tive meu primeiro encontro com Ele não dei
valor, pois não sabia quão triste e vazio era o outro lado. As pessoas que
estão lá fazem parecer que é tudo às mil maravilhas e que estão sempre felizes,
mas eu estive lá e apesar de colocarmos um sorriso no rosto, por fora, por
dentro sentimos um vazio... falta algo, e esse algo é Deus.
Eu
poderia parar por aqui, porque já foi um tremendo manifestar de Deus, está
longo – e, nos dias de hoje, quase ninguém gosta muito de ler -, mas vou
continuar a história até o momento atual, porque não parei de viver o
sobrenatural, tenho mais pra contar e, se você está lendo até aqui, lhe
agradeço pela paciência.
Em
janeiro, após meu mês de tribulações, o pessoal da igreja começou a se animar
pra ir em uma convenção em Piracicaba que ocorreria em março. Minha mãe estava
nesse pique, era uma coisa de cura e libertação que é o ministério dela, então
nem dei muita atenção mas, uma vez mais, Deus colocou o Alexandre pra me guiar
até lá, porque ele me convidou, e claro que eu disse sim.
Já
em janeiro falei com o meu chefe e - pra vocês pode parecer coincidência, mas
pra mim é Deus agindo -, eu precisaria perder dois dias de trabalho em março; combinei
que faria hora extra pra compensar esses dias e, em janeiro mesmo, precisei
fazer um pouco mais de dezesseis horas, que correspondiam aos dois dias de
trabalho. Ali, pra mim, já foi uma confirmação da vontade Dele no sentido de que
eu fosse.
Ainda
assim estava indo sem expectativa nenhuma. Pra ser sincero, os irmãos às vezes
falavam de um ou outro pregador que tinha livros escritos e tal, mas eu nunca
nem tinha ouvido falar, confesso que amo quando o Pai me surpreende.
Chegou
março, estava até desanimado de ir porque achei a convenção muito desorganizada,
pois mudaram a data duas vezes; depois mudaram os locais em que aconteceria. Inicialmente
seria em um só lugar, depois espalharam por vários pontos da cidade. E, eu sou
chato com isso de organização. Mas, fui. Perdi o primeiro dia por conta dessa
mudança de datas.
Ao
chegar lá, minha intenção era assistir apenas, e ver no que dava. Mas, no
primeiro culto, a organização pediu “socorro” pra audiência, porque tinham mais
americanos do que tradutores. Eu até levantei a mão quando perguntaram quem
falava inglês, mas aparentemente não iria precisar, e nem fui lá na frente.
Vocês
acham que Deus ia me deixar ali quieto com minha timidez? Logo eu que disse à
Ele eis-me aqui? Não, ele fez o jovem que estava como principal tradutor ir até
mim e me pedir pra traduzir, no dia até pra pregadora que escreveu vários
livros; que, até então, era uma ilustre desconhecida pra mim, mas hoje tenho
grande admiração por ela. Só comecei com a pessoa principal da missão. Obrigado,
Deus, pelo espírito de ousadia, porque fui e ali começaram as maravilhas que eu
iria testemunhar.
Entrei pra equipe de tradução e já na segunda ministração Deus me uniu com um americano que hoje amo e pelo qual hoje torço muito, um jovem de 25 anos que, assim como eu, venceu a depressão pela graça do Senhor. É uma daquelas coisas que o mundo chama de coincidência, mas que sabemos fazer parte dos planos de Deus. Esse menino perdeu dois irmãos pra essa doença e tentou tirar a própria vida por duas vezes; não teve como não me conectar com ele, e o agir de Deus nesses dias, através da gente, foi principalmente nessa área, sobrenatural.
Os
americanos falavam certos tipos de doenças ou dores, e pediam que as pessoas
portadoras delas ou que as sentissem, se dirigissem até eles, pois Deus lhes mostrava.
Esse menino teve um ou dois dias que nem falou nada, porque Deus disse a ele
que iria mandar quem precisasse vir. E, ainda assim, vinham as pessoas que
tinham feridas como as nossas, que ainda estavam nessa árdua luta contra elas
mesmas.
Não
foi fácil orar por eles. Aliás, eu nem nunca tinha orado por ninguém que eu não
conhecesse. Eu era tímido no nível de fobia social, mas quando Deus manda a
gente vai, né? Inicialmente achei que iria traduzir as orações, mas chegou ao
ponto em que ele pedia pra eu orar por algumas pessoas. Até fiquei um pouco
preocupado, porque achei que as pessoas poderiam querer o americano, mas orei
todas vezes que ele pediu e algumas vezes complementei sua oração ou
acrescentei conselhos e admoestações.
Um
culto que me marcou foi um ao qual foram nos procurar mais de sete pessoas com
pensamentos de morte, de tristeza ou angústia. Ao finalizar as orações, ele
caiu no choro, e eu orei por ele sem entender o que tinha acontecido. Só que,
bastou eu sair da igreja e caí no choro também. Senti um peso enorme sobre mim.
Não sabia que o inimigo atacava tão visceralmente os que trabalham para libertar
aqueles que ele oprime.
Nesse
dia minha mãe, sempre companheira, foi a primeira a me acudir, orar por mim e
me ungir com a ajuda do meu amado irmão Jair. Na mesma noite a “tia” Telma e a
“tia” Inês também oraram por mim e, no dia seguinte, me aconselhei com o Otávio
e com o Alexandre, que também oraram por mim. Sou muito grato por vivenciar
esse amor na nossa igreja, um sentimento de pertencimento, de ser família que se
enraíza a cada dia mais.
A
história não ficou linear porque quis falar de meu testemunho primeiro. Mas, no
primeiro culto que assisti, antes de ser chamado, um irmão da Zion e um
americano com quem eu estava batendo papo, sentiram que deveriam orar por mim e
ativar em mim o dom de cura. Achei estranho, nunca achei que este fosse o meu
chamado, mas no culto seguinte eu e o americano - não estou dizendo seu nome
por ter contado a história dele e achei melhor preservar sua privacidade - oramos
por um senhor, que aliás é da Ágape também, e ele quase nos matou de susto,
porque nem ele nem eu nunca havíamos orado e um milagre acontecido.
O
senhor disse que tinha uma condição genética no coração, mas cria que quando
aceitou Jesus foi curado dessa condição familiar. Ocorre que a tal cura
aconteceu bem ali na frente dos nossos olhos e, pra falar a verdade, me pareceu
um ataque cardíaco. Ele estava com dor no peito e o coração super acelerado.
Entretanto, enquanto víamos os sintomas, Deus agia e revelou pra ele através de
uma visão que Ele estava tirando toda sujeira do coração daquele homem e
curando-o naquele exato momento. Curas físicas em que vi milagres lá, foram
essa e a de uma senhora que tinha uma dor no pé - que parecia mordidas
constantes – e que, quando oramos, sentiu o queimar da cura - essa última fui eu
que conduzi, pra edificar minha fé -.
Agora,
curas espirituais do mesmo tipo que eu e meu irmão americano tivemos, essas
ministramos aos montes. As pessoas vinham chorando e saiam sorrindo, foi lindo
de ver e sentir a transformação do Espírito naquelas vidas! No evento teve até
um menino surdo que voltou a ouvir. Foram contabilizadas seiscentas curas
físicas. Minha mãe mesmo foi curada de problemas respiratórios que tinha desde
a época em que teve que fazer quimioterapia.
Esse
foi o lado de cura da conferência de Piracicaba. O lado da presença do Espírito
Santo foi sobrenatural. Eu já havia visto o Espírito Santo entrar em pessoas e
apagá-las. Para alguns pode ser assustador, mas é lindo de ver. Entretanto, na
frequência em que aconteceu nesses dias, milhares de pessoas sendo tomadas por
Ele e se entregando, nunca vi nada igual. Coisa de outro mundo.
Eu
nunca tinha experimentado isso. Como estava trabalhando, nem tinha tempo pra
receber orações, chegava mais cedo e saia por último. Mas, como tenho uma mãe
coruja, ela pediu pra um pastor americano, meu amigo Jim, orar por mim e aí foi
covardia, porque junto vieram o Pastor André e o Apóstolo Alexandre, e foi até
pelas mãos do Alexandre que o Espírito Santo me derrubou, minhas pernas
simplesmente travaram e caí.
Não
acho que demorei no chão, mas quando me levantei, estava numa paz que nem eu
entendia. Mas sei que no dia seguinte, enquanto almoçávamos no shopping,
percebi algo que creio que vai fazer parte do próximo “quem sou eu” que eu vier
a escrever. TODOS os meus traumas estavam curados! Eu, que tinha medo de andar
de carro na chuva - porque uma vez achei que ia morrer numa aquaplanagem -, viajei
na chuva em paz. Eu tinha um trauma MUITO GRANDE quanto a relacionamentos, e estava
ali feliz, fazendo como Paulo instruiu, e querendo viver solteiro pra sempre
servindo à Deus. Agora, depois de anos,
voltei a sonhar em constituir uma família, até chorei quando sonhei, de novo,
em ser pai. Meu racional preferia a minha escolha, solteiro, sem filhos e
vivendo pra Deus, mas o homem faz planos e Deus ri. O bom é que a gente sabe
que no fim vamos rir também, né?
Loucura
né? Ainda tem mais, no último dia eu estava me despedindo dos meus amigos
gringos e estava trocando ideia com o pastor de jovens americano, Nick, que tem
um jeito peculiar, lembra um João Batista moderno. Do nada ele caiu no chão e,
quando se levantou, orou por mim e fez uma profecia no sentido de que eu teria
o dom da visão e do discernimento espiritual. Amém! Se Deus quer me dar dons,
eu recebo né? O de discernimento de espíritos não é dos mais agradáveis, mas
ainda não aconteceu. Agora, o da visão foi batata, dia seguinte, já em Ubatuba,
estou eu sentado na maior paz olhando pro tapete e do nada salta um nome do
tapete. Achei que era coisa da minha cabeça, apareceu de novo, ainda não
acreditei e apareceu de novo. Aí eu falei: - beleza, Pai, não estou acostumado
com essas doideiras, mas vamos lá! Mandei mensagem pra única pessoa que conheço
que tem aquele nome.
Depois
disso fui na Rede de Jovens da igreja - me julguem -, e o Otávio - o mesmo
irmãozinho abençoado lá de cima - nos fez ativar nosso dom de palavra de
conhecimento, e Deus me falou pra orar por um irmão por determinado problema, e
ele estava mesmo com esse problema.
E,
esta semana no Tabernáculo - um local que nossa igreja tem separado, 24 horas
por dia, para adoração e oração -, fiz algo que não fazia desde minha
adolescência, perto da época em que fui batizado no Espírito Santo. Eu
literalmente bati papo com o Espírito Santo; era eu falar e Ele responder; fiz
diversas perguntas, algumas tomei um “não vou falar” (mais gentil, mas é pra
aprender a respeitar o tempo Dele). Foi uma experiência maravilhosa.
Se
você me conhece sabe que estou falando disso como incentivo às pessoas para
buscarem a Deus, porque Ele responde. Ele quer essa proximidade com todos. Ele
quer ativar os seus dons. Não sou melhor que ninguém, sou pecador imundo e
estou vivenciando essas maravilhas sobrenaturais e você pode também. Basta buscá-lo
de todo o seu coração.
Agora
vou responder à pergunta que originou o texto: quem sou eu hoje? Sou um milagre
ambulante, sou um testemunho de cura, sou a ovelha perdida que foi encontrada,
sou o filho amado do meu Pai, sou aquele que busca amar o próximo como Jesus me
amou, sou aquele que deve a vida a Cristo e quer viver pagando essa dívida, sou
um viciado em Jesus e totalmente dependente Dele, sou aquele que antes
precisava se esforçar pra colocar um falso sorriso no rosto, e hoje sorri mesmo
nas dificuldades. Sou uma bagunça às vezes, tenho toneladas de defeitos ainda, mas
sigo com uma direção definida, a santidade.
E,
ainda que essa pergunta - quem sou eu - seja importante, mais importante é quem
eu quero ser. Que é ser cada vez mais parecido com Cristo e menos comigo, menos
carne e mais espírito, menos eu e mais o próximo, menos ego e mais ágape. E,
estou lutando arduamente por isso.
Eu
disse eis-me aqui ao Pai, e quero viver por isso.
“MC 43 Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser
grande, será vosso serviçal; 44 E qualquer que dentre
vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. 45 Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para
servir e dar a sua vida em resgate de muitos.”